segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Ciclos com Lua: Feliz 2013!



O ano chega ao seu fim... Humanos que somos, construímos ciclos para renovar anseios; para perceber girando a roda da vida, despejando as frustrações como meio de novas tentativas, transformando realizações em degraus rumo a um horizonte recém-desenhado... As utopias, reféns dos ventos que a vida sopra, acenam ao longe se mantendo visíveis e distantes enquanto provocam o movimento de busca constante que nomeamos vida!
O ciclo que hoje se encerra nos presenteou com portais de um novo mundo. Universo sustentado em som, bordado em sorrisos e afetos, com caminhos ditados pelas nuances de suas sublimes melodias... Hoje saudamos o ciclo que se encerra explanando ao mundo nossa gratidão... Aos nossos universos particulares revelou-se e construiu-se o universo Mallet, quebra-cabeças de nossa diversidade, berço de nossa singularidade e portal para o alcance da mais bela voz!
No agora nos fazemos agradecimento infindo... Para o ano que começa a acenar-nos no horizonte depositamos nossas apostas, já erguidas como fatos em nosso mundo da Lua!
Luana merece sempre mais reconhecimento: o mundo precisa presenteá-la com os veículos para sua música, a ela resta a certeza em afetar, encantar, modificar o estado da alma daqueles que a ouvem... Novas canções, novos encontros... A vida rendendo-se ao seu destemido desejo em fazer soar a música corrente em sua doce alma!
Feliz 2013 Luana Mallet! Sendo o seu ano repleto de felicidades a nós restará refleti-las e fazer chegar ainda mais luz até você!


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Fases da Lua:





Mirar um céu estrelado e ser tragado pela beleza misteriosa do luar é contemplação inevitável àqueles que, mesmo distraidamente, erguem seus olhos ao céu! Passear por entre as estrelas de nossa música, esplendidas pela luz que emanam em sons e ser tragada e fixada à voz e interpretações grandiosas de Luana Mallet também se faz caminho que convoca em obrigatoriedade!
Lua, ou àqueles que preferirem Luana, encanta envolta nos mistérios de Lua nova; Nas superações, saltos quânticos ( fala de Luiza Possi), delicadeza, sensibilidade e romantismos de uma Lua crescente; Atravessa os ouvidos paralisados em admiração quando alcança os acentos intensos  de suas canções. Lua plena derrama cores vívidas aos afetos que percorre: amor, angústia, sedução, euforia, gratidão... Intensificar, diversificar e calar os que a ouvem é obra de sua luz entregue em fase de Lua cheia!
Lua minguante para ofertar sombra e luz à medida exata dos sentimentos mais íntimos... Fase de entoar com delicadeza as subjetividades!
Mas alguém já ousara desejar respostas da admiração escrachada que a Lua mobiliza? Alguém sonhara receber retribuição ao carinho que doamos em agradecimento por seu brilho?
Nossa Lua suplanta qualquer expectativa... Se não bastasse o presente que nos oferece ao responder ao chamado da música que percorre sua alma, Luana devolve cuidado, carinho e agradecimentos aos que se rendem declaradamente a sua voz! Assim, nos brinda tornando cada apaixonado por seu trabalho, apaixonado por ela e parte de seu mundo... Constrói acessos aos seus momentos de composição, as suas alegrias, conquistas, decepções, paixões... Faz-nos tornar, como família Mallet, cada batalha, uma batalha de todos nós... Cada conquista uma conquista nossa... Pois afetos jamais se subtraem, sempre se multiplicam! Obrigada Luana!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Devagar:


Aconteceu.. 
Você e eu.. 
Era só mais uma noite, nada a se pensar..

Eu nem notei.. 

Me entreguei.. 
Deixei rastros no seu corpo pra poder voltar..

..devagar, 

Eu vim ficar até cansar.. 
Amanhã é longe demais pra saber no que dá.

Foi tão sutil.. 

Ninguém nem viu 
que um tornado cego tirou tudo do lugar..

Foi tão febril.. 

Meu peito a mil 
na montanha russa do seu jeito de me olhar..

Devagar, 

eu vim ficar até cansar.. 
Amanhã é longe demais pra saber no que dá.

Mãos ao ar, 

eu vou ficar até cansar.. 
Amanhã chegou.. 
e é cedo demais pra noite acabar.




Devagar se aproxima do que Luana transborda em suas apresentações ao vivo e mesmo do que transmite saltando as barreiras de uma gravação... Aos olhares e ouvidos desatentos pura suavidade, bastando um segundo, entretanto, para exalar musicalidade visceral e percorrer nossos ouvidos e suas conexões com a alma bradando anúncios de um estado de paixão febril... Seu olhar, ainda que envolto em mistérios, testemunha incrédulo a paixão que entoa em suas notas... Como são precisas, flechas disparadas sutilmente para acertar nossas almas como alvos rendidos em estado de adoração!
Cantar é um presente que Luana nos oferece com uma generosidade inacreditável... Confie na mensagem que aquele sorriso envia! Luana se entrega em cuidado, atenção e carinho àqueles que já se fazem privilegiados por ouvi-la cantar...
Definitivamente a música jamais lhe escapara entre os dedos como declarara certa vez... Quem canta como Luana pode se rebelar e testemunhar a vida em um movimento perverso de calar sua música, mas jamais deixa de ser abrigo de um universo repleto em som e luz... Ainda bem que não deixaste os incidentes brutais da vida calarem sua música... Obrigada por cantar... Obrigada por viver música... Obrigada por nos traduzir... Obrigada por nos invadir! Nossa alma será sempre a casa de sua música!

Tudo Bem:







Tudo bem, entre nós tá tudo bem
Pra que olhar pra trás?
Tudo bem, sei que tenho um passo certo a seguir
Pra que olhar pro fim?
Tudo bem se você demora
Tudo bem que não seja agora
Pra que falar de nós?


Todo amor tem um antes e um depois

Pra que falar demais?


Sem você, o tempo e a solidão só pra mim


Pra que dizer enfim?


Fico aqui no lado de fora

Sei que o tempo não te levará de mim

Seja pra sempre essa nossa história

Eu sei que você também procura por mim

Pra que dizer demais?



Abre-se uma janela... Com os olhos fechados respira-se o frio e a umidade  A baixa luminosidade confere acolhimento, recolhimento à invasão dos olhares! Luz prateada de um luar pleno em ambiguidades... Sombra e luz, esconderijo dos corpos e revelação dos desejos! As cortinas se fecham para esconder as máscaras encarnadas nos corredores do cotidiano! A lua abre as portas para as fantasias dos amantes...
Assim se faz o percurso da melodia intensa de “Tudo bem”! Ainda que a canção se privasse de palavras, percorreria as oposições e proximidades das relações humanas... Luana mais uma vez nos presenteia dando voz as contradições que calamos atônitos quando nos fazemos afeto cru, sentimento bruto, incompreendido e avassalador!
No restritivo e amenizador terreno das palavras, “Tudo bem” percorre as rupturas, descaminhos e descontinuidades contínuas de um encontro...
Tradução de todos aqueles que ousaram ler o que se esconde nas páginas que seguem o “felizes para sempre”... Não por isso menos entregues e mais descrentes! Algo diverso: humano, demasiadamente humano!

Flor de Manacá





Meu corpo é leve, minha alma é tonta 

Dos dois, o espírito já não dá conta É que esse homem meu amor afronta Front do meu coração
Meu corpo vira um cabaré -- festança Quando ele chega no salão de dança Meu ventre - um cio, um rio, uma lambança Dança minha ilusão
Esse demônio é bom demais, é satanás Dançando um tango de Gardel Seus dedos são como navais querendo um cais Nas minhas costas de aluguel É Deus no céu e ele na terra dos meus ais Trazendo paz à pátria amarga do bordel da vida Eu olho as outras toda convencida Que sou o seu amor
Meu campeão reprodutor, meu garanhão Tesão de puro sangue inglês Quando me cobre pelo chão, vira alazão Se torna um mandarim chinês, espadachim Me lambe os seios como um cão, um pequinês Depois me inunda com a explosão da vida Não sei seu nome mas tô convencida Que ele é o meu amor
Eu olho as outras toda comovida Sou flor de manacá No cabaré espero toda a vida O meu amor voltar...


Se houvesse essência  e constância na sexualidade feminina, esta estaria fotografada no quebra-cabeças de imagens e sentidos abarcados por Flor de Manacá. Como não há, a canção faz-se cinema da fluidez e beleza com que os desejos se impõem e nos fazem escravos de nós mesmos... A obra acende sua intensidade latina com as nuances viscerais da interpretação demasiadamente feminina de Luana Mallet...
Cabaré complexo e deliciosamente confuso esse dos encontros desencontrados dos corpos humanos... Ritmicamente a canção nos transporta ao turbilhão que compõe a paixão: aproxima, arrasta, derrete, derrama e faz-se lamento pela inundação irrefreável de desejos caprichosos e não silenciáveis. No crescente de sua melodia e versos percorre a tensão crescente e indomada, deslizando do encontro dos olhares, à delícia de ser a mais dentre as mais, o ápice de conduzir o olhar que espreita ao derradeiro e explosivo enlace de corpos famintos...
Flor de Manacá é presença dos trópicos, nascente em altas temperaturas e caracterizada por exalar um perfume hipnótico... Como a canção nos conta em transmissão impactante de afetos, as flores solares se desdobram em nuances diversas de cores... Assim como cada nota entoada na música, cada tom transmite rasgadamente uma sensação que se estampa em beleza crua e natural, resgatando e exaltando a poesia que a sexualidade feminina borda em nossa existência!


Longe




Posso viver de amor
Posso matar de amor
Pode morrer de amor
Quem nunca morreu de amor?

E eu sofro quando você não está
Todo mundo diz "melhor deixar pra lá"
Eu sei mas,
É que eu não sei deixar

E eu já morri de amor
Quem nunca morreu de amor?

Longe
Posso ir bem longe
Bem longe de mim
Pra chegar mais perto de você

Longe
Eu fui bem longe
Todo caminho me levou até você
E o que posso fazer?

Posso zombar do amor
Posso enganar o amor
Posso negar o amor
Quem nunca escondeu a dor..

..que eu sofro quando você não está?
Todo mundo diz "melhor deixar pra lá"
Eu sei, mas
É que eu não sei deixar

Sim, eu já morri de amor
Quem nunca morreu?

Longe
Posso ir bem longe
Bem longe de mim
Pra chegar mais perto de você

Longe
Eu fui bem longe
Todo caminho me levou até você
E o que eu posso fazer?

Posso viver de amor..

No reino do consumo, aquele de afetos descartáveis e relações instantâneas quem ousaria tocar na vida e morte encerradas no amor? No templo do “parecer”, do “possuir” em detrimento do “ser”, quem evocaria a permissiva loucura legitimada pelos contornos do amor?
Luana dissera que entoar “posso viver de amor” soara como brincadeira quando disparara esse verso... Mas veículo melhor para ditar verdades humanas não há! Em terras desertificadas, as pequenas e cotidianas mortes do “eu” em nome do “nós” consolidam laços que suplicamos em fantasia, mas não sustentamos em realidade...
Longe aponta as doces obsessões perdoadas em nome da nostalgia que nos reenvia ao amor romântico! Porém, ao contrário do último, faz soar em sua última nota o aspecto gregário, construtivo e repleto de vida que guardam todas as formas de amor!!!
Genialidade que Luana repartira com aquele que a banhou em música, seu pai (Glauco Fernandes) e com aquela que faz parecer fácil traduzir a loucura nossa de cada dia transvestida de amor... Ana Carolina!
A música guarda ainda o segredo de ditar em suas notas aquilo que as palavras não ousam tocar... Ouvi-la repetidamente faz parecer que adentramos o universo de Luana e que ela visitou o íntimo de cada um de nós... Ouvi-la desvenda nossa fragilidade em buscar no outro o que soa como presença arrancada de nós... Ouvi-la nos desperta humanos... Ouvi-la nos atravessa amantes!
Dizer verdades complexas em versos simples é compor com genialidade!


THE VOICE:





Como escolher uma voz dentre as mais belas?
 Por onde passa essa escolha?
Ilusão pensar  que partimos da razão e nos localizamos nos terrenos da consciência... Ilusão nos colocarmos como sujeitos dessa escolha... 
Uma voz, sustentando uma canção, nos atravessa, nos captura naquilo que possuímos de mais íntimo e inalcançável pelas palavras...
O mundo nos é apresentado por um som de voz incognoscível; por um emaranhado de afetos; por sensações que nos conduzem do caos ao bem-estar, da calmaria às paixões... O início de um “eu” a organizar esse caos afetivo e ensurdecedor passa pelo acolhimento de uma voz... A voz que nos diz algo a percorrer símbolos que adotamos como nossa língua, mas sobretudo a voz que nos diz o que não sabemos como traduzir em significados!
Jamais digamos que escolhemos a voz de Luana! Procurávamos uma voz que nos dissesse algo sobre os ápices de nossos afetos... Luana chegou a cada um de nós, revirando nossa diversidade com algo que passaríamos a brindar em comum! A voz de contornos suaves, capaz de visitar os recantos de nossas paixões mais intensas... Chego a ser herege em foçar uma descrição. A voz de Luana toca sem pudor as angústias, os amores, o que nos resta de instintivo, o que nos corrói em incompreensão, aquilo que nos faz paralisados a contemplar...
Luana é a nossa voz! Aquela que nos diz quase tudo sobre nós mesmos e fará ecoar aos quatro cantos do mundo o que não ousamos ou podemos gritar, o extremamente sentido, o sem sentido!

Encontro com Lua:







O encontro não foi marcado. Estávamos distraidamente acomodados em uma espera longa por algo que atravessasse nossas almas, que capturasse os afetos que não conseguíamos nomear e fizesse a emoção basal e desinteressante descontrolar-se em rompantes de intensidades a cada vivência mais abrangentes...
Sabe como são as tardes de Domingo? As expectativas do sábado postas em luto, a avidez por mudanças caindo no abismo do chamado pela rotina que a segunda-feira evoca. Em sua primeira nota, em ausência de imagem, nos viramos para saldar alguém que viria para conjugar a ambiguidade que doçura e intensidade representam... Alguém que ousara conjugar o recluso da sensualidade com o escancarado da ingenuidade... Já capturadas e colocadas em estado de absoluta adoração alguém nos emprestara voz:
_ Qual o seu nome linda?
Para dizer da entrega à música, dos percalços da vida traduzidos na profundidade do olhar, da transparência estampada em um sorriso largo, do passeio harmonioso e ininterrupto pela melodia, apenas um nome: Luana Mallet.
Se todos que nos lessem já a conhecessem bastaria uma página em branco estampada com seu nome! Mas para apresenta-la precisamos reduzi-la a descrições. Mencionar que além de notas que atravessam a alma dos que a ouvem, ela ainda traz nos significantes histórias tradutoras de vivências que muitos calaram e agora se põem a cantar... Sim! Além da composição encarnada na presença hipnotizante que constrói no palco, Luana compõe canções... Melodias que costuram a complexidade inequivocamente simples de sua beleza!
Luana sabe ser mais do que intérprete, além de compositora, algo a mais que musicista... Luana é música: aquela que se presta a idealizações das mais diversas, tantas quanto são os tipos humanos... Aquela que toca a todos em uma inconjugável diferença! Não importa o afeto que cause, Luana afeta...
O diferencial em relação a nossos tantos e grandiosos gênios da música? Luana se deixa afetar pelos que a ouvem... No mosaico esplendoroso das emoções que transmite, borda a história daqueles que expõem em silêncios, versos e notas o moinho de paixões que seu canto faz girar...
Adentrar o universo Luana Mallet é pisar resolutamente o terreno das paixões humanas! Tão visceral, ingênuo, sedutor e doce quanto a verdade que um humano não lapidado pela hipocrisia estampa... Use a porta que sua alma permitir... Se não busca-la, seu canto inevitavelmente o tocará!
Somos uma porta erguida por seu canto, contornada por suas histórias, sustentada por seu olhar e possibilitada por sua generosidade e cuidado dispensado aos que toca em distância. Somos MY WORLD LUANA MALLET!