quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Flor de Manacá





Meu corpo é leve, minha alma é tonta 

Dos dois, o espírito já não dá conta É que esse homem meu amor afronta Front do meu coração
Meu corpo vira um cabaré -- festança Quando ele chega no salão de dança Meu ventre - um cio, um rio, uma lambança Dança minha ilusão
Esse demônio é bom demais, é satanás Dançando um tango de Gardel Seus dedos são como navais querendo um cais Nas minhas costas de aluguel É Deus no céu e ele na terra dos meus ais Trazendo paz à pátria amarga do bordel da vida Eu olho as outras toda convencida Que sou o seu amor
Meu campeão reprodutor, meu garanhão Tesão de puro sangue inglês Quando me cobre pelo chão, vira alazão Se torna um mandarim chinês, espadachim Me lambe os seios como um cão, um pequinês Depois me inunda com a explosão da vida Não sei seu nome mas tô convencida Que ele é o meu amor
Eu olho as outras toda comovida Sou flor de manacá No cabaré espero toda a vida O meu amor voltar...


Se houvesse essência  e constância na sexualidade feminina, esta estaria fotografada no quebra-cabeças de imagens e sentidos abarcados por Flor de Manacá. Como não há, a canção faz-se cinema da fluidez e beleza com que os desejos se impõem e nos fazem escravos de nós mesmos... A obra acende sua intensidade latina com as nuances viscerais da interpretação demasiadamente feminina de Luana Mallet...
Cabaré complexo e deliciosamente confuso esse dos encontros desencontrados dos corpos humanos... Ritmicamente a canção nos transporta ao turbilhão que compõe a paixão: aproxima, arrasta, derrete, derrama e faz-se lamento pela inundação irrefreável de desejos caprichosos e não silenciáveis. No crescente de sua melodia e versos percorre a tensão crescente e indomada, deslizando do encontro dos olhares, à delícia de ser a mais dentre as mais, o ápice de conduzir o olhar que espreita ao derradeiro e explosivo enlace de corpos famintos...
Flor de Manacá é presença dos trópicos, nascente em altas temperaturas e caracterizada por exalar um perfume hipnótico... Como a canção nos conta em transmissão impactante de afetos, as flores solares se desdobram em nuances diversas de cores... Assim como cada nota entoada na música, cada tom transmite rasgadamente uma sensação que se estampa em beleza crua e natural, resgatando e exaltando a poesia que a sexualidade feminina borda em nossa existência!


2 comentários:

  1. Como é bela a força e raça que se chama MULHER

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  2. Eu ñ quero o cara da musica do Roberto Carlos, eu quero o cara de Flor de Manacá, isso sim ser um homem!!!! RS' #AmooooEssaMusica

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