quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Longe




Posso viver de amor
Posso matar de amor
Pode morrer de amor
Quem nunca morreu de amor?

E eu sofro quando você não está
Todo mundo diz "melhor deixar pra lá"
Eu sei mas,
É que eu não sei deixar

E eu já morri de amor
Quem nunca morreu de amor?

Longe
Posso ir bem longe
Bem longe de mim
Pra chegar mais perto de você

Longe
Eu fui bem longe
Todo caminho me levou até você
E o que posso fazer?

Posso zombar do amor
Posso enganar o amor
Posso negar o amor
Quem nunca escondeu a dor..

..que eu sofro quando você não está?
Todo mundo diz "melhor deixar pra lá"
Eu sei, mas
É que eu não sei deixar

Sim, eu já morri de amor
Quem nunca morreu?

Longe
Posso ir bem longe
Bem longe de mim
Pra chegar mais perto de você

Longe
Eu fui bem longe
Todo caminho me levou até você
E o que eu posso fazer?

Posso viver de amor..

No reino do consumo, aquele de afetos descartáveis e relações instantâneas quem ousaria tocar na vida e morte encerradas no amor? No templo do “parecer”, do “possuir” em detrimento do “ser”, quem evocaria a permissiva loucura legitimada pelos contornos do amor?
Luana dissera que entoar “posso viver de amor” soara como brincadeira quando disparara esse verso... Mas veículo melhor para ditar verdades humanas não há! Em terras desertificadas, as pequenas e cotidianas mortes do “eu” em nome do “nós” consolidam laços que suplicamos em fantasia, mas não sustentamos em realidade...
Longe aponta as doces obsessões perdoadas em nome da nostalgia que nos reenvia ao amor romântico! Porém, ao contrário do último, faz soar em sua última nota o aspecto gregário, construtivo e repleto de vida que guardam todas as formas de amor!!!
Genialidade que Luana repartira com aquele que a banhou em música, seu pai (Glauco Fernandes) e com aquela que faz parecer fácil traduzir a loucura nossa de cada dia transvestida de amor... Ana Carolina!
A música guarda ainda o segredo de ditar em suas notas aquilo que as palavras não ousam tocar... Ouvi-la repetidamente faz parecer que adentramos o universo de Luana e que ela visitou o íntimo de cada um de nós... Ouvi-la desvenda nossa fragilidade em buscar no outro o que soa como presença arrancada de nós... Ouvi-la nos desperta humanos... Ouvi-la nos atravessa amantes!
Dizer verdades complexas em versos simples é compor com genialidade!


Um comentário: